18 de setembro de 2011

Palavras (p/ Belô Veloso)

Se tu lastimas no oco
o germe do descaso,
compreendas que nem tudo
é tão grandioso quanto o que
procuras, por pura vaidade.

Nem as próprias libertinas
são capazes de satisfazer
o que tu, por genuína empáfia,
não pôde inquirir.

Não te iludas ao vires o baixar do sol;
é belo e é lindo
mas, assim como tu, é solitário
e aclara o amargo da mudez.

Se tu lastimas o ácido da
cachaça à hostilidade,
saibas que neste terreno
é a oferenda mais doada,
e nem homens mais sábios
se safam do desígnio do porvir.

Não te enganes com as garoas
que lacrimejam lado a lado;
jubilosas emanam o fascínio
de uma brandura cândida,
e derramam em teus ombros
um ardor que não possuis.


Se tu lastimas a ausência da paixão,
vê que o desencanto a fez assim
e por mais que reveles o teu apreço
não a cativarás tal qual à primeira vez.

Não te iludas com as palavras;
são filhas escorridas da fantasia
que bailam por alguns dedos
penetrando a tua frágil essência,
e por mais que te impressiones,
nunca oferecerão o imprescindível.


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